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Características das Madeiras de resinosas e Madeiras de folhosas

  • on 4 de maio de 2017
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O que são madeiras resinosas e madeiras folhosas, principais características, origem e aplicações.

Madeiras de resinosas

As madeiras de resinosas provêm de árvores coníferas e são, geralmente, madeiras brandas. A madeira de resinosas pode adquirir-se serrada ou aparelhada. A serrada tem as superfícies ásperas, pois obtém-se imediatamente após o corte à serra sem qualquer outro preparo. Devido à retracção, a madeira serrada pode variar ligeiramente quanto às suas dimensões originais.

A madeira aparelhada é alisada à máquina para receber depois o preparo final. A plaina reduz as dimensões, pelo que uma peça adquirida com a secção de 2,5 cm x 15 cm ficará realmente com 2 cm x 14,5 cm.

Se for absolutamente necessário obter peças com dimensões rigorosas, deve adquirir madeira aparelhada com as medidas finais desejadas. Uma peça de 2,5 cm X 15 cm de secção final teria de ser obtida a partir de uma com tamanho superior — 3 cm x 16 cm—, se esta tivesse uma secção corrente.

As madeiras de resinosas deterioram-se rapidamente ao ar livre, pelo que devem ser protegidas com produtos preservadores ou pinturas.

Para estruturas de cobertura (asnas, madres e vigas), deve encomendar-se madeira de resinosas preparada quimicamente contra o apodrecimento e o ataque de insectos.

As madeiras de resinosas aparelhadas, utilizadas em pavimentos, paredes e tectos, precisam de ser protegidas contra a incrustação de poeiras, o que se consegue com um acabamento de verniz transparente, que não altera a cor natural da madeira.

Numerosas madeiras de resinosas, especialmente o pinho e o abeto, contêm um elevado teor de resina, que se revela frequentemente sob a forma de pequenos nódulos duros e castanhos formando bolsas que vertem um líquido pegajoso semelhante a xarope. Quando os nódulos são de grandes dimensões, as áreas onde ocorrem devem ser cortadas, e os nós e as pequenas bolsas, isolados antes da aplicação do primário e da pintura.

As fendas nos topos das tábuas são frequentes, pelo que deverá considerar este facto na ocasião da compra. Para compensar estes defeitos e, sobretudo, se a madeira se destina a obras de grandes dimensões, convém dar um desconto de cerca de 5% a 10% para perdas.

Madeiras de folhosas

As madeiras de folhosas destinam-se, principalmente, ao fabrico de mobiliário. São mais caras do que as madeiras de resinosas, tendo, porém, duração superior; a sua superfície é mais resistente ao desgaste.

Utilize, de preferência, madeiras de folhosas. Se as ferramentas que utilizar estiverem bem afiadas, estas madeiras podem ser mais facilmente cortadas, torneadas e unidas por sambladuras do que as de resinosas.

Os madeireiros fornecem geralmente madeira serrada ou aparelhada com as dimensões pedidas.

Deve evitar-se a utilização das zonas do borne e do centro do toro em todas as madeiras de folhosas. O borne é consideravelmente mais brando do que a restante madeira e o centro — que inclui a medula — a maior parte das vezes fende, retrai ou empena.

Em Portugal podem apenas con-siderar-se normalizadas duas qualidades de madeiras: a casquinha e o pinho. A casquinha, de um modo geral utilizada em carpintaria de interiores, é esquadriada na origem (Inglaterra, Finlândia e outros países nórdicos) e medida em pés (30,48 cm) e polegadas (2,54 cm). Conforme a sua espessura e largura em centímetros, o pinho é designado por tabuado, prancha, vigamento, tabuinha, degrau, ou capa de escada, solho aparelhado, solho tosco, solho aparelhado à inglesa, forro e forro e meio.

Ainda são frequentes as medidas dos comprimentos em palmos: 10, 12, 14 palmos, que correspondem respectivamente aos comprimentos de 2,20 m, 2,64 m, 3,08 m, sendo a medida de 2,64 m — normalmente conhecida por 2,60 m — a mais vulgar.

As madeiras de folhosas são vendidas em diversas espessuras, sendo, no entanto, mais correntes as de 20 mm, 25 mm, 32 mm e 38 mm. Os comprimentos e as larguras dependem das dimensões das árvores; porém, as pranchas esquadriadas de importação são, na sua maioria, cortadas entre 15 cm e 22,5 cm.

Ao aplainar, perdem-se cerca de 5 mm, tanto na largura como na espessura nominal (tal como acontece com as madeiras de resinosas). No entanto, a madeira de teca — pouco utilizada em Portugal — constitui quase sempre uma excepção a este princípio. Uma prancha de teca serrada, cotada como tendo 25 mm de espessura, mede com frequência de 28 mm a 30 mm, de forma que, aplainando com cuidado, as dimensões finais podem ser de 25 mm.

Ao adquirir madeira, prefira a que tenha sido convenientemente empilhada. O método normal empregado para as madeiras de folhosas consiste em empilhar as pranchas conforme o toro vai sendo desfiado. Se a pilha está desordenada, é porque, provavelmente, outro comprador terá anteriormente escolhido as peças que se encontravam em melhores condições.

A qualidade de madeira de folhosas depende, em grande parte, do modo como a sua secagem e o armazenamento se processaram. As pilhas em armazenamento para secagem devem ser formadas entrepondo réguas entre as diversas peças que forem sendo desfiadas do tronco.

Deve comprar madeira de um toro mais antigo, que é, normalmente, o que apresenta as superfícies mais sujas, pois a madeira com aspecto mais limpo é a mais recente. Depois de desfiadas, as madeiras devem ficar sob uma cobertura, empilhadas com réguas durante três ou quatro anos.

Quando a madeira teve uma secagem imperfeita ou quando não é atentamente vigiada durante o empilhamento, existe o perigo de a água se acumular em redor das réguas e provocar marcas permanentes que se infiltram no  interior das pranchas.

As extremidades das pranchas ou peças secam mais rapidamente do que a parte central, o que provoca fendas de extensão e largura consideráveis. Para reduzir este risco, as pranchas deverão ser barradas com alcatrão ou pintadas nos topos para fechar os poros da madeira.

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